Avesso que, por ser oculto e desconhecido, causou-me transtornos, dúvidas e demandas. Dores que nenhum analgésico foi capaz de minimizar. Entre o cansaço e a vontade, ainda preferi continuar. Contudo sigo com uma nítida sensação de que ainda não vislumbrei o caminho, tenho idéias e desejos e, sinto estar seguindo, mas, me percebo meio que desgovernada, sem objetivos claros, sem perspectivas lúcidas e sempre, ou quase sempre, pensando sozinha, falando sozinha e ouvindo o eco de minha própria voz. Enquanto escrevo, não consigo conter as lágrimas! É inevitável! Terei que recomeçar e ainda nem sei como. Terei que continuar sendo forte e, por vezes, nem imagino de onde surge todo impulso que me conduz a trajetória.
Falta-me companhia! Sei que tenho família, amigos... mas, esse ciclo interminável que me conduziu às perdas com as quais, tenho que conviver e combater, deixa-me a nítida impressão que estarei só, como estive enquanto sofria as seis cirurgias que fiz, perdia o contato com mundo externo, afastava-me da profissão que escolhi, perdia a audição do ouvido direito, convivia com as seqüelas de um erro médico, aposentaria depois de 25 anos dedicados a muito estudo e trabalho, proporcionalmente e, ainda conviveria com o medo, abandono e incompreensão, de alguém que estando ao meu lado, não percebia a minha necessidade de apoio, de colo, de afeto.
Minha cabeça dói e nem sei se é pelo vinho tomado ou pelo desconsolo de me encontrar em mais um ano e não saber ao certo o que fazer. Bom, isso passa! Como dizem por aí sou forte, tenho Luz própria e sei que, mesmo que demore, vou encontrar o meu caminho, ou os meus caminhos. Se antes, já me considerava um aprendiz da vida, hoje sei que realmente sou. Nada e ninguém pode ser maior que o meu desejo de recomeço!