Alguém poderia me informar por que já não nascemos com manuais de instrução afetiva? Ou, no mínimo, alguma indicação do caminho a seguir. Vivemos ladeados por um misto de emoções que nos direcionam a ansiedade.
Vendamos os nossos olhos às inúmeras possibilidades que a vida oferece e nos colocamos diante de um caminho que, sabemos não ser o melhor, mas, o vislumbremos como único.
Como se já tivéssemos a receita interna de tudo que, possivelmente, nos faria feliz, e persistíssemos errando na contramão da vida. Incidentes nos alertam, circunstâncias nos afastam, atitudes nos retraem, contudo, caminhamos errantes e cegos, incapazes de perceber qualquer sinal que não traduza o nosso desejo.
Dores internas, consciência incomodando, inúmeros avisos e, lá vamos nós, aprendendo sempre pelo caminho mais tortuoso e difícil. Poderia afirmar, pretensiosamente, ser esta a postura de uma excessiva maioria de seres humanos que caminham pela vida em busca de paz, amor, felicidade, realização pessoal e, que sentem e vislumbram todos esses anseios com tanta complexidade que são incapazes de percebê-los quando os encontram.
Vivemos momentos de felicidade, tão efêmeros e passageiros que precisam ser vivenciados intensamente para que a sensação de bem-estar nos ofereça uma paz momentânea que se traduza em fortalecimento.
Somos livres para escolher, opinar, redirecionar e, normalmente optamos pelo complexo, o inatingível. No uso do livre-arbítrio, atropelamos nossos sentimentos e valores e, quando nos damos conta, o caminho pretendido nem era tão bom assim. Agimos deliberadamente conosco, com os outros e procuramos culpados para as nossas loucuras, como se alguém ou algo fosse responsável por nossas atitudes.
Não é fácil “ser humano”, racional, pensante o tempo todo. Nossos instintos, algumas vezes, comandam todos os sentidos e nos percebemos a mercê de nossa vaidade e delírio. Não que tenhamos de ser racional todo o tempo, mas deveríamos ter um maior controle de nossas ações, usando com sabedoria a liberdade de escolha, o livre-arbítrio.
WANDERLÚCIA WELERSON SOTT MEYER