PENSEI TER VIVIDO...
Não era o que desejava,
Nem tão pouco sabia o que esperar.
Aconteceu...
Agarrou-se como âncora,
A um sentimento indefinido que lhe trazia amparo.
Deixou-se envolver como criança,
Levada por uma carência que lhe tornara vulnerável.
Era pouco o que lhe oferecia,
E era tudo o que precisava.
Sonhos, ilusões, paixão.
Todos esses sentimentos que sobrepõem à razão.
Que deslocam os pés do chão.
Possibilitam a entrega.
Era pouco...
Mas, pra quem pensava não ter nada
Servia como antídoto para as dores
Companhia para a solidão
Afago para a ausência de carinho
Era pouco... Quase nada...
Sem exigências,
Sem vida...
Ora presente,
Outra ausência absoluta.
Cegava a realidade
Contrariando o que é sensato e lógico
Reportando a um conto de fadas.
Inexistente...
Fantástico demais para ser verdade!
Vem a realidade...
Tão dura quanto antes,
Traduzindo-se em intensas perdas
Tão absolutas quanto aos sonhos.
Esvazia-se...
Seus olhos perdem o viço,
O peito enrijece...
Sobra-lhe a solidão...
A dor da ausência...
A descrença e o medo.