Sentimentos são indescritíveis. Não nos damos conta da extensão e influência dos mesmos em nossas vidas. Dominam nossas ações e pensamentos mais do que imaginamos. Influenciam o funcionamento orgânico, as emoções, reações, tudo...
Negá-los, não os extingue. Ocultá-los, mesmo que por um tempo, não determina seu desaparecimento. Pelo contrário, se guardados, sufocam. O ar se torna insuportável. Ocasionam dores inexplicáveis e odores que provocam grande mal-estar.
Sem a pretensão de minimizar algo tão complexo, acredito que se levássemos mais a sério o que sentimos, passaríamos também a nos conhecer melhor.
Há pessoas que se dizem racionais e com o tempo se descobrem doentes física e mentalmente. Não se dão conta de que, mesmo atitudes mais racionalizadas, sempre estarão repletas de emoções e sentimentos. Outras se deixam levar pelo descontrole emocional e, expõem excessivamente seus sentimentos.
Quando nos damos conta do que realmente sentimos, nesse universo de pensamentos, situações, observações, atitudes e relações que estabelecemos com o mundo e com as pessoas, conseguimos manter uma relação mais efetiva, verdadeira e tranqüila com o nosso eu interior. Aceitamos melhor as limitações que temos, os defeitos que ainda não vencemos, passamos a nos perdoar mais e entender melhor o que nos chega.
A idéia de continuidade e evolução favorece, a generosidade que deveríamos ter com tudo que pensamos, dizemos e fazemos. Certamente, aprenderíamos também a perdoar e aceitar mais aquilo que o outro nos oferece. Esperando menos, expressando o que sentimos, sem, contudo, usar de palavras agressivas e pejorativas, para dizer o que nos incomoda.
Nem sempre ou quase nunca o que nos perturba está no outro. Perceber a parte que nos cabe, eis o grande desafio!
O entendimento dos sentimentos que emanam das relações que estabelecemos diariamente, a aceitação e reconhecimento das sensações adormecidas de fatos que nos marcaram e a redução de expectativas de mudanças externas. A verdadeira mudança se encontra dentro de nós.