Encontro de amor
Parte I
Era noite...uma dessas noites claras de primavera...A solidão que a penumbra traduzia, era a mesma que lhe preenchia a alma. Rodeada por amigos, seus olhos viajavam atrás de um momento que ainda não vivera. Sussurros...sorrisos...nada lhe traria tanto encanto quanto viver um grande amor.
Menina, no alto dos seus 18 anos, tímida e apaixonada pela vida, ainda não havia conhecido ninguém que fizesse seu olhos brilharem, o coração bater mais forte o raciocínio de perder.
Do outro lado da rua, pessoas conversavam, animadamente em um bar. Algo lhe atrai e ela procura curiosa descobrir quem era o homem alto e atraente que lhe observava.
Com certeza não morava na cidade, nascera ali e conhecia as pessoas que freqüentavam o local. Era mais velho que ela, o que lhe atraia ainda mais. Tinha um olhar penetrante, daqueles que se sorri com os olhos. Não conseguia desviar o olhar e inevitavelmente se encontraram. Alguém lhe apresentou e começaram a conversar como se já se conhecessem anteriormente.
Era isso... a sensação era exatamente essa... encontrava-se novamente com alguém que lhe tocara a alma. Uma sensação única de reencontro, desses momentos em que se reconhece no outro.
A conversa acontecia naturalmente e eles nem perceberam o tempo passar, já era tarde e ela precisava ir. Nascida em uma pequena cidade do interior, fora educada com severidade e ainda tinha horário para chegar em casa.
Ele se oferece para levá-la e saem ainda conversando como antigos conhecidos. Em poucos momentos de uma só noite ele lhe conta assuntos relacionados à sua vida e estabelecem uma confiança mútua que lhes tornaria grandes amigos.
Já em casa, ela se encanta ao lembrar da noite, do encontro, da conversa, da química que surgira no momento em que se viram. Na despedida, a promessa de um reencontro e um beijo em seu rosto que marcaria o início de um grande amor. Tão grande... que a faria romper com paradigmas e dogmas, tão intenso...que transformaria sua vida de forma definitiva.
Se encontraram muitas outras vezes, algumas ocasionalmente, sempre conversavam muito sobre diversos assuntos e quando juntos parecia-lhe não haver mais ninguém. Ela tinha uma certa vergonha em lhe dizer o que sentia e ele dizia nas entrelinhas o que queria. Nenhum dos dois conseguia expressar com clareza o que desejavam.
Ele a respeitava, a procurava... o sentimento de amizade e carinho crescia, mas eles não conseguiam expressar o que queriam. No fundo ela tinha medo de perdê-lo, medo de que ele se afastasse quando soubesse que era amor o sentimento que crescia. Era um homem desejado, adorava uma paquera, tinha dinheiro suficiente pra manter suas vontades e aprendera que homens deveriam “aproveitar”. Tinha mais experiência e muitas outros relacionamentos em sua vida. Mas, ela sabia que ele a tratava diferente, era uma admiração mútua, um carinho que só se tem quando há cumplicidade.
Eles se procuravam e o amor crescia...jamais seriam os mesmos depois desse encontro. E, provavelmente, nunca mais esqueceriam ou se perderiam, mesmo que distantes, haviam estabelecido um encontro de almas...um encontro de amor...