Gostaria de crer que depois de longos lutos, estaríamos prontos para fugir das armadilhas que nossos corações não veem. Não nos tornaríamos frios, mas, mais aptos a desvendar os caminhos das ilusões que nos traduzem somente dores.
Gostaria de crer no mundo, no humano, na sensibilidade das pessoas. Que ninguém fosse capaz de verbalizar engodos que ferem. Nem usassem de palavras que deveriam ser manifestadas para despertar o amor.
Gostaria de crer... Como dói perder toda essa confiança que antes me atirava à vida com um pássaro em voo pleno, jogando-se ao mundo, envolto aos estímulos e sensações que percebe lhe bastarem para recomeçar.
Gostaria mesmo de crer, que com a idade, o que chamam de discernimento e sabedoria, fosse parte de uma construção de grandes alegrias e encontros. São as dores físicas e psíquicas, o que dói na pele e o dilacera a alma, que transformam em couraça o que antes fora sonho, esperança e amor.