O que talvez mais nos angustie é a visão de que antes acreditávamos em mudanças e lutávamos por elas, atualmente, nos “acostumamos” a rir e fazer piadas de uma situação imoral, onde a honestidade pode ser traduzida em montagens muito bem elaboradas que têm o objetivo de forma opiniões a respeito de pessoas que nem sempre dizem o que querem dizer.
Quantas inverdades, quanta ofensa quando candidatos proferem palavras de deveres como se favores estivessem fazendo. Salários que nos ofendem e, duvido que se esses Senhores e Senhoras, não vislumbrassem o enriquecimento através da política e se, o exercício de cargos públicos não fosse tão bem remunerado, teríamos tantos candidatos.
Os mesmos discursos tão distantes das práticas usurpadoras e individualistas de pessoas que dizem representar o povo. Não quero ver nem ouvir aquilo que não farão, não quero ser cúmplice de descompromissos, onde pessoas que se comprometem com o povo, exercem o poder público sem nenhuma dignidade.
Onde estão os bons, íntegros e verdadeiros políticos? Preciso acreditar que existam!
Faço parte de uma geração que alimentava de ideais e ideias. Não aceitávamos discursos demagogos, nossos candidatos de então falavam a nossa língua. Existiam partidos políticos definidos, posturas. Não se trocava de Partido como quem troca de roupa de acordo com a “estação”, de acordo com os interesses individuais que sobressaem aos interesses públicos. Acreditávamos na integridade dos discursos que expressavam verdades e inspiravam a esperança.
Recuso-me a ver falsos sorrisos de bondade que depois se transformam em deboche. Não suporto mais ouvir discursos que não condizem com as ações. Parecem mesmo fantoches que apenas dizem o que lhes falam, com um só interesse, seu próprio interesse.
Hoje, me parece que vendo um programa eleitoral, antes de sentir-me esclarecida e informada, sinto-me induzida à alienação. E preciso acreditar, pois tenho família, filhos... Não espero heróis, não precisamos deles, todos somos.