Se a caneta não lhe serve como forma de expressão, há algo errado com os contornos de sua alma que não mais percebe a extensão das entrelinhas. Oculta, resguarda resmungos, contradições e desejos. Em que ponto perdeste a fantasia? Em que esquina depositaste a esperança? E os devaneios de amor? Aqueles que alimentavas com simplicidade e desvelo.
São incógnitas, dúvidas desarticuladas que não encontram nexo, que se estendem e arrocham os pensamentos. Mais interrompem do que buscam. Sintomas de maturidade ou devaneios de um coração que se recusa a sonhar.
Pesados questionamentos que arrastam as fantasias. Do que se deve, ao que se pensa querer; do que se vive ou pretende-se viver. Pontos de ebulição prestes a explodirem
Se a caneta não se presta a escrita, o teclado não lhe atrai, silencie. Observe o que não lhe serve, desocupe espaços , deposite o que não lhe cabe, o que lhe sobrecarrega à beira da estrada. Esforço empreendido para mais leve prosseguir, conduzindo apenas o lhe pertence.