Já fui... Hoje, aspiro por ser, anseio o que ninguém vê. Os dias passam, apenas passam... Não consigo ao menos o feriado de descanso que todos esperam. Minha cabeça estabelece curtos e circuitos indefinidamente confusos. Tento legar e negar o passado, mas, as lembranças me consomem. Quero seguir, mas, as perdas me servem como amarras. Não sei se quando cerro os olhos e me entrego aos “remédios” que me indicam, tenho sonhos confusos ou apenas reflito as angústias de ser e não saber o que, de querer e não perceber a porta que preciso abrir.
É de ansiedade, busca de um querer que ainda não defino, de um rumo que perdi, de possibilidades que tenho, mas, que ainda não consigo concretizar, tornar real. Não sinto auto- piedade, não suporto condolências, preciso e faço com que me percebam altiva, forte e segura. Não se pode sentir pena de quem passa pelas tramas do destino. Esse, sempre nos reserva o que há de melhor. Até que as peças se ajustem e eu encontre a que falta, esse quebra-cabeça continuará a me trazer dores e questionamentos.
Não me importo, desde que depois deste tornado que assola e desestrutura todas as bases antes aparentemente sólidas como gelatina, deixe ao menos minhas lembranças, mesmo que reviradas... Pedaços e retalhos. Reconstruirei-me, afirmo, pois assim é a natureza humana! Saberei transformar o pó que me sufoca em barro, as hastes que caíram em alicerces e, dentro em pouco, nem mesmo essas dores físicas que me assolam existirão.
Tenho fé, força, resistência e sabedoria necessárias para compreender as adversidades, mas, meu espírito é de uma guerreira incansável, dessas que se pode erguer das cinzas. Assim será! Assim está escrito... Continuarei a escrever!
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